Câmara cobra ação do
executivo para hemodiálise
Ofício fala em omissão e 'menosprezo à dignidade'
Teresópolis,
20/08/2014 - A Câmara Municipal de
Teresópolis, Comissão de Saúde, realizou encontro na segunda, 18/08, com
pacientes de hemodiálise e entidades envolvidas na causa por melhores
condições de tratamento em Teresópolis.
O evento reuniu vereadores, familiares e
pacientes da Hemodiálise, o subsecretário de Saúde Hamilton Alexander
Galdino, o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Teresópolis (CMST),
Valdir Paulino e representantes de diversas entidades ligadas à saúde no
município.
Os interessados em melhorar imediatamente o atendimento aos pacientes de
insuficiência renal crônica ou aguda questionaram o motivo pelo qual o
Hospital São José não realiza o socorro aos pacientes do SUS.
Segundo o presidente do Conselho Municipal de
Saúde, Valdir Paulino, há documentos comprovando que o HSJ está no Plano
Operativo Anual da Prefeitura (POA) para atender pacientes do SUS, mas
Paulino e os demais representantes dos pacientes afirmaram que o contrato
não está sendo cumprido. ”O HSJ está atendendo somente pacientes de planos
de saúde“, afirmou Jarbas Jr, cuja esposa faz o tratamento.
Centro de Hemodiálise
A espera da construção do Centro de
Hemodiálise em Teresópolis agrava ainda mais o sofrimento de quem não pode
demorar tanto em ser socorrido. Há quase um ano o Centro está em obras, no
bairro da Tijuca, mas todos relataram a paralisação parcial e, em alguns
momentos, total do trabalho por falta de pagamento à empresa responsável
pela obra.
O subsecretário de Saúde Hamilton Galdino
garantiu a continuação da obra do Centro de Hemodiálise, onde há 15
profissionais trabalhando, e cuja conclusão está prevista para meados de
outubro. “O processo mais demorado (após o término da obra) é o
credenciamento do Município (no Ministério da Saúde)”, disse Galdino.
Viagem complicada para Itaboraí
Enquanto a realidade do Centro não se
concretiza, a ida ao Município de Itaboraí para realizar a hemodiálise
transforma-se numa verdadeira luta pela vida. Pacientes relataram a
inadequação do lanche oferecido para a viagem composta de suco, biscoito e
barra de cereal. “São 12h fora de casa. A gente levanta de madrugada e
fica sem almoço, sem nada”, relatou o paciente Oziel da Silva.
Não há ambulância UTI nem profissionais
capacitados acompanhando o ônibus utilizado. “Já tive dois amigos que
morreram nos meus braços por falta de socorro. E eu estou fazendo o mesmo
tratamento. Estão lidando com seres humanos”, disse Oziel num apelo
emocionando a todos. Em um ano, já faleceram 21 pacientes.
'Menosprezo à dignidade das pessoas'
A Comissão de Saúde decidiu enviar um Ofício
ao Executivo, junto com a Mesa Diretora, para soluções urgentes. O
documento aponta “a omissão específica do Município de Teresópolis, o que,
além de menosprezar a dignidade das pessoas que necessitam de tratamento
médico, podem gerar a responsabilidade civil da Administração Pública e a
responsabilidade penal dos gestores públicos.”
O documento solicita a designação de um
hospital de referência para atender as intercorrências sofridas por estes
pacientes, a disponibilização de uma ambulância (UTI) móvel para
acompanhar os pacientes no trajeto para a Clínica de Hemodiálise em
Itaboraí, com o fornecimento da alimentação que atenda às necessidades
básicas dos pacientes.
A Comissão de Saúde e a Mesa Diretora da
Câmara Municipal dizem, no documento, que vão adotar as medidas
administrativas, judiciais e políticas cabíveis para garantir a melhora na
prestação dos serviços de hemodiálise.
Portal Terê com informações da AssCom CMT
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