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Funcionários dormem em cemitério

Voluntários auxiliam na dura tarefa

Teresópolis, 16/01/2011 - Com horário de funcionamento prolongado desde quarta-feira, o cemitério Carlinda Berilm, maior de Teresópolis, tem servido de casa para o ajudante-geral Átila Jesus de Almeida, 22 anos.

Desviado de suas funções para a força-tarefa de enterrar o maior número possível de corpos após a tragédia, Átila tem feito as vezes de coveiro e dorme no cemitério. "Começo às 7h e vou até a hora que Deus mandar", diz. Na noite deste sábado, os enterros foram até 21h40 e os refletores colocados pelo Corpo de Bombeiros iluminaram as cerimônias fúnebres, realizadas sob forte chuva.

Além dos funcionários, o esforço para enterrar os mortos da maior tragédia da história do País tem o reforço de voluntários. O auxiliar de serviços gerais Jean Assunção, 19 anos, não recebe um centavo pelo duro serviço de cobrir as covas.

"Procuro ajudar porque um dia eu vou precisar do próximo também", diz. Os enterros chegam a somar até oito pessoas em uma única família. "Os corpos chegam e precisamos enterrar rápido porque já estão em avançado grau de decomposição", diz o coveiro Edson Souza, 48 anos.

O carreteiro Edvaldo da Silva Pires, 45 anos, acompanhava os enterros da noite na esperança de encontrar amigos do bairro Caleme. Após permanecer por horas na frente da 110° DP onde é realizado o reconhecimento dos corpos, ele resolveu tentar encontrar conhecidos esperando que fossem enterrados. "Sabendo que foram enterrados com dignidade pelo menos acredito que ficarão bem", justifica.

Fonte: Hermano Freitas - Terra
 

 

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