Sobrevivente do Morro do Bumba é operado no HCTSituação sensibilizou médicos de Teresópolis Teresópolis, 15/06/2010 - Dois meses depois da tragédia no Morro do Bumba, em Niterói, um gesto de solidariedade e conforto. Sobrevivente do deslizamento de terra provocado pelas chuvas, o jovem André Felipe de Castro, de 21 anos, foi operado no dia 11 de junho, no Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO), depois de algumas tentativas, sem sucesso, de conseguir o atendimento necessário em hospitais do Rio de Janeiro. A ajuda veio através de um apelo feito a um programa de televisão da Rede Record, que sensibilizou e mobilizou os profissionais do HCTCO – hospital de ensino do UNIFESO. Soterrado na tragédia, André teve ossos da face quebrados, além de fraturas no braço e no tornozelo direitos. As cirurgias no braço e no tornozelo foram realizadas no pronto socorro de um hospital de São Gonçalo. A da face, André só conseguiu depois de enviar um e-mail para o programa Balanço Geral, que noticiou o caso. Através dos cirurgiões-dentistas Marco Aurélio Almeida e Leonardo Peral, professores do curso de Odontologia do UNIFESO, a notícia chegou até a Diretora Geral do HCTCO, professora Rosane Rodrigues Costa, que imediatamente entrou em contato com o Reitor do Centro Universitário, professor Luis Eduardo Possidente Tostes. “O UNIFESO sempre desenvolveu ações de Responsabilidade Social, envolvendo profissionais, alunos e professores com as questões sociais, não só de Teresópolis, mas também de regiões vizinhas. Ciente da importância deste cuidado com a formação pelo exercício da cidadania procurei o Reitor que no mesmo momento autorizou à direção do hospital assinar um Termo de Doação que garantiu a instalação em um quarto particular, além de todos os exames necessários e os serviços médicos sem custo algum para o paciente”, explicou Rosane. Antes de conseguir a vaga no HCTCO, André procurou ajuda no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói; Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro; e no hospital de São Gonçalo onde já havia passado por duas cirurgias. “Por estar morando em um abrigo em São Gonçalo e não estar internado em uma instituição hospitalar, ele não poderia ser internado pelo SUS, já que existe todo um trâmite burocrático”, explicou Rosane. A cirurgia Noticiado desde o dia primeiro de junho – a terça-feira anterior à cirurgia –, o caso começou a se desdobrar no sábado, quando o cirurgião-dentista do HCTCO Lenardo Peral, foi até o abrigo onde André mora hoje com a irmã Talita de Castro, também sobrevivente, para avaliar se o quadro era cirúrgico. “Foi uma maratona. Depois que analisei o quadro, entrei em contato com a direção. No mesmo dia André já estava no hospital se preparando para os exames pré-operatórios e de risco cirúrgico”, contou Leonardo, agradecendo o apoio de toda a equipe. “Tenho que agradecer a colaboração de todos, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas... O hospital não funciona só com o trabalho da direção e dos cirurgiões, mas sim com o esforço de todos os funcionários”, completou. Considerada complexa pelos médicos pelo tempo que passou o trauma, a cirurgia durou cerca de quatro horas. “Depois de trinta dias de trauma a cirurgia se torna mais complexa para o cirurgião que precisa restaurar o que calcificou errado. É preciso fraturar novamente e colocar uma prótese para devolver da maneira mais harmônica possível a estética facial e a função mastigatória do paciente”, explicou Leonardo. A intervenção foi realizada com anestesia geral e através de seis acessos cirúrgicos, intra e extra-orais. A prótese importada utilizada na cirurgia foi doada pela empresa IMACT Rio, fornecedora do hospital. Cuidado integral Depois de recuperado do procedimento na face e liberado pela equipe médica, André vai passar pela reconstrução total dos dentes fraturados, também doada pelo UNIFESO, através do curso de Odontologia. Já através do curso de Fisioterapia a Instituição se propôs a fazer o tratamento necessário para o jovem recuperar os movimentos do tornozelo e do braço. “É um conjunto de ações da Instituição que vai favorecer o André. Ele tem limitações por conta da cirurgia no tornozelo e ainda não pode colocar o pé no chão. Temos que articular a vinda dele para Teresópolis para que ele possa fazer a fisioterapia no tornozelo e também no braço. Já a fisioterapia buco-maxilo o professor Leonardo ofereceu em sua clínica particular, na Freguesia”, contou a diretora do HCTCO. Agradecimento A irmã Talita também estava mais aliviada. “Eu estava preocupada porque um médico já havia falado que se ele não conseguisse fazer essa cirurgia perderia o movimento e não conseguiria nem abrir a boca. É muito bom ver que existem pessoas dispostas sempre a ajudar, devolvendo um pouco de esperança para quem precisa”. Fonte: UNIFESO / Raquel Oliveira |
|
|
|
|||||||
Copyright Portal Terê ® Informática Ltda - Teresópolis - RJ - 2001-2010 Expediente - Editoria e Colaboradores - Clique aqui |