Rio-Teresópolis liberada em meia-pistaSistema de pare-e-siga após deslizamento
Teresópolis,
18/11/2009 - O tráfego na Rodovia
Rio-Teresópolis foi liberado em meia-pista desde o fim da tarde desta quarta-feira (18) na
altura do quilômetro 90 (Soberbo). A via estava interditada desde o último
domingo (15) por causa de um deslizamento na área do parque Nacional da Serra
dos Órgãos. O deslizamento matou três pessoas. Estrada será fechada em dias de temporal O gerente de marketing da CRT, Pedro Lancastre, admitiu ontem ao jornal "O DIA" que a via será fechada sempre que o índice pluviométrico, que mede a intensidade das chuvas, atingir níveis acima do tolerável, devido ao risco de desmoronamentos. Na noite do acidente, o Inmet registrou 71 mm de chuvas em 45 minutos no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, por onde passam 15 quilômetros da rodovia. Segundo o instituto, a pluviometria classifica como temporal quando chove acima de 60 mm no período de uma hora. “Já fechamos a estrada em outras ocasiões quando, por exemplo, a serração ameaçou a visibilidade”, disse Lancastre. A ANTT afirmou em nota, no entanto, que o trecho onde aconteceu o deslizamento não era considerado de risco e que o problema no local estaria ligado à drenagem — escoamento da água em excesso pelos dutos e calhas na encosta —, não à contenção — obras como muros e barreiras para evitar o deslizamento de terra. Segundo a agência, a necessidade de drenagem por excesso de chuva é imprevisível e, nesse caso, ninguém poderia ser responsabilizado. “O deslizamento foi de pequenas proporções, o problema ocorreu com árvores de grande porte e pedras que foram carreadas pelas águas para a pista”, diz a nota. A agência informou que 22 pontos de risco na Rio-Teresópolis sofrerão intervenções até 2012, com investimentos de R$ 18 milhões. A CRT, por sua vez, diz que foram investidos R$ 50 milhões na contenção de encostas em 163 pontos de risco nos 13 anos de concessão da estrada, que deverá ganhar uma terceira faixa, para caminhões e ônibus, em 12 dos 15 quilômetros que cortam a Serra dos Órgãos. O fechamento da estrada em dias de chuva forte é defendido por geólogos. Diretor técnico de meio ambiente do Clube da Engenharia, o geólogo Benedicto Humberto Rodrigues lembrou que a Ponte Rio-Niterói faz o mesmo. “Trata-se de se resguardar a vida humana e respeitar as condições naturais. A estrada corta a formação geológica da Mata Atlântica e é sujeita a deslizamentos”, diz. Para evitar novas tragédias, o Departamento de
Recursos Minerais (DRM), do governo do estado, criou o Núcleo de Prevenção de
Análise de Riscos Geológicos, que fará até o fim do ano inventário das áreas de
risco dos municípios do interior. “Queremos ajudar as prefeituras a se
prevenir”, explicou Flávio Erthal, presidente do DRM. Fonte: G1 / O Dia (Reportagens de Christina Nascimento, Geraldo Perelo e Ricardo Albuquerque) |
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